O estudo sobre a variação da rotação do núcleo interno da Terra foi alvo de notícias sensacionalistas de vários jornais internacionais, a começar pela notícia da Springer Nature, e que, logo depois alteraram o título. Sempre devemos ficar atentos a títulos chamativos, ainda mais quando são catastróficos e alarmistas demais
As partes internas da Terra não são totalmente compreendidas, devido a dificuldade de acessá-la. Para se ter uma ideia, o poço mais profundo se chama Kola e fica a 12,2 km de profundidade. A crosta por sua vez possui 70 km nos continentes, e 30 km nos mares, fora as altíssimas temperaturas do interior da Terra, ou seja, é bem complicado atualmente estudar as partes internas da Terra. Mas como é que os cientistas conseguiram fazer um estudo sobre o núcleo interno?
Os cientistas conseguem saber algumas coisas sobre as partes internas do planeta através de atividades sísmicas e terremotos, que percorrem todas as camadas internas, chegam ao núcleo interno e são arrebatadas de volta, há também uma outra técnica, a tomografia sísmica.
Os dois cientistas da Universidade de Pequim apresentaram o estudo na revista Nature geoscience, no qual eles observaram o movimento do núcleo interno da Terra, através de dados sobre ondas sísmicas de terremotos que atingiram o núcleo interno da Terra.
Ao fazerem observações nas mudanças das ondas, eles conseguiram ter uma ideia do que está acontecendo nas partes mais profundas do planeta. Os dados analisados mostraram mudanças nas ondas sísmicas ao longo de várias décadas. E mostrou-se pouca mudança por volta de 2009 e por volta do início dos anos 1970. Sugerindo que essa desaceleração faz parte de uma oscilação que acontece a cada sete décadas, de acordo com os cientistas. O núcleo da Terra não para de girar de verdade, na realidade, ele sofre desaceleração, ficando mais sincronizado com a rotação da Terra, já que, o núcleo interno gira mais rápido. Existe até um fenômeno chamado ciclo do núcleo interno e ocorre a cada 20 ou 30 anos.
Eles acreditam que essa rotação diferencial do núcleo interno ocorra sob efeitos do ‘geodínamo’ na dinâmica do núcleo e no acoplamento gravitacional núcleo-manto. Essa rotação foi proposta a partir de mudanças entre ondas sísmicas repetidas que deveriam percorrer o mesmo caminho através do núcleo interno. Eles sugerem que, baseado em cálculos, um pequeno desequilíbrio das forças eletromagnéticas e gravitacional poderia diminuir ou até inverter a rotação.
Ainda temos muito que saber sobre o interior de nosso planeta!
